Tá faltando cachos e turbantes nos Fóruns brasileiros!
2 DE SETEMBRO DE 2020 POR JANAÍNA SABINA
“Quando você é preto no mundo e vira advogado, é como se parte da sociedade não quisesse que você estivesse em um lugar que sempre foi majoritariamente branco". (Angela Borges Kimbangu).
Resquícios Elitistas
O curso de Direito infelizmente ainda tem resquícios elitistas e uma consequente barreira discriminatória. Mesmo sendo o Brasil um país que historicamente vive o mito da democracia racial, ainda não é comum encontrarmos advogadas pretas com seus turbantes ou demonstrando a beleza de suas tranças, cachos ou crespos nos fóruns brasileiros. E isso não deve ser naturalizado, que somente pretos e pretas sejam vistos como minoria nos grandes escritórios ou ainda que na Procuradoria Geral Federal, apenas 2,3 % de mulheres negras exerçam o cargo de procuradora ou de servidora do órgão.
Fonte: freepik
Luta Antirracista
Essa ausência de pretas nos espaços jurídicos não é algo “aleatório” ou ainda fruto da meritocracia. Esse contexto deve ser questionado por toda a sociedade na prática da luta antirracista, pois enquanto as pessoas não questionarem a ausência de representatividade negra nos mais diversos setores do país, seguiremos ignorando esse lamentável quadro de desigualdade de gênero e raça.
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Mulheres Pretas na Advocacia
Como bem afirmou a filósofa Djamila Ribeiro “o racismo à brasileira, tem muito mais uma tendência de olhar pra fora e não olhar pra nossa própria realidade”! Ignorar a ausência de mulheres pretas na Advocacia é ir de encontro ao cerne do próprio Direito que tem como bandeira fazer da justiça um meio de combater todas as formas de violência!
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Sobre a autora Janaína Sabina
Jana é sonhadora, determinada e apaixonada por letras, direito e sertão.
*Ser redatora do Desperte é conseguir trazer as palavras enquanto elementos transformadores de mundo, como bem dizia Clarice Lispector ao falar do processo de criação da escrita. Acredito que ser redatora do Blog de um curso preparatório, que tem as novas metodologias e a criatividade de seus profissionais enquanto mola propulsora da aprendizagem é permitir dar asas a imaginação dos escritores desse projeto e eu sempre fui fascinada pela ideia de educação além das grades! E assim por preferir os voos às gaiolas me senti tocada com a ideia de poder levar as minhas contribuições, os meus escritos e logicamente um pouco de mim, pois todo discurso carrega em si as marcas de seu escritor! E assim como o Desperte transformou o meu olhar sobre aprendizagem quero seguir transformando e também incentivando leitores a voar e não há nada mais libertador que a escrita.