5 técnicas para escrever melhores petições e textos jurídicos
25 DE OUTUBRO DE 2021 POR GÉSSICA GUIMARÃES
Para os operadores do Direito, escrever bem é fundamental. Ao contrário do que se vê nos seriados de TV americanos, a maior comunicação no processo ocorrerá de forma escrita e não falada. Aprender a utilizar bem os termos jurídicos e estruturar o texto de forma correta fará muita diferença.
Por isso, separei 5 dicas para que você possa desenvolver a sua técnica de escrita e alcançar cada vez mais êxito em seus projetos e processos. Vamos lá?
1 – Escrever difícil não é sinônimo de escrever bem
Na área jurídica, parece haver uma associação direta entre escrever bem e escrever difícil. Talvez a formalidade da área propicie esse tipo de ligação, mas essa não é uma verdade absoluta.
Você não precisa ressuscitar palavras utilizadas no tempo do império ou escrever de maneira tão intrincada que acabe tornando a leitura chata e maçante, ou ainda, impossível de decifrar.
Não se esforce para ser aquilo que você não é, inclusive no que diz respeito à sua forma de escrever. É notória a diferença de quem se esforça para escrever rebuscadamente e quem escreve assim de maneira natural.
O importante na escrita é se fazer compreender plenamente e para isso, você não precisa escrever como o Machado de Assis.
2 – Seja direto
Da mesma forma que escrever difícil não é escrever bem, escrever muito não garante que você tenha êxito nas suas petições.
Sua peça não vai passar credibilidade simplesmente por estar longa! Pode ser que ela precise ser longa, de fato, em virtude da complexidade da matéria. Mas, se você pode ser direto e sucinto, por que alongar de forma desnecessária?
Pense só assim: você está lendo um livro e chega em parte maçante e longa; não dá vontade de pular pra outra parte do livro? Qual será a reação do juiz, promotor ou advogado da parte contrária ao ler uma petição com longas citações desnecessárias?
Informações importantes podem ficar “perdidas” no meio de informações desnecessárias e isso pode acabar te prejudicando.
Mais é menos, quase sempre. Alongue-se apenas quando for realmente preciso.
3 – Estude a Língua Portuguesa
Ser nativo de determinado idioma não nos faz conhecedores absolutos de suas regras e estruturas linguísticas. Por isso, estudar e conhecer as principais regras gramaticais do idioma vai te ajudar muito a escrever melhor.
Não precisa virar um conhecedor absoluto da Língua Portuguesa, mas evitar alguns deslizes gramaticais vai dar robustez e autoridade para o seu texto.
Comece reconhecendo quais são as suas dificuldades diante da Língua Portuguesa e inicie seus estudos a partir disto.
Não lembra a grafia de uma palavra, ou se tem crase ou não? Você pode procurar no Google ou então localizar a palavra em um dicionário. Não tem acesso a essas ferramentas? Não tem problema, substitua por outra palavra ou por outra expressão.
O que você pensa ao ler uma petição ou uma decisão judicial que contém erros de português? Faça o mesmo e pensarão de você da mesma forma.
4 – Releia o que escreveu
Já passou pela experiência de reler um texto que acabou de escrever e não entender nada? A gente fica olhando pra ele e pensando: poxa, na minha cabeça fazia tanto sentido! O que aconteceu?
Acontece que o assunto está tão vivo em nossa memória, que simplesmente “vomitamos” tudo no papel. O pensamento é bem mais rápido que a caneta (ou o teclado) e vamos apenas escrevendo.
Nós escrevemos para os outros e os outros precisam compreender o que queremos dizer.
Ao reler o que escreveu, você pode fazer melhorias no texto quanto à estrutura, e também corrigir alguns errinhos de português.
5 – Pratique
Por último e o mais importante: pratique! Quanto mais você escreve, melhor você vai escrever.
Faça uma oficina de prática de escrita, tenha um blog ou uma conta profissional nas redes sociais, ou ainda escreva um pequeno artigo. Há muitos sites jurídicos para publicar seus artigos; de quebra você ainda enriquece seu currículo.
O importante é escrever, escrever, escrever!
Cada pessoa tem uma trajetória de vida única, baseada nas oportunidades e experiências vivenciadas. Isso o coloca em um lugar muito especial no mundo: o seu.
Respeite seu estilo de escrita, identifique os pontos que precisa melhorar e tenha paciência com seu tempo de aprendizagem.